O seguro é um serviço ou um produto?
Quem trabalha no mercado de seguros compartilha uma visão: os seguros de bens deveriam ser comercializados em massa e inseridos naturalmente à jornada de compra. Em outras palavras, ao adquirir um notebook, celular ou mesmo um produto financeiro, o consumidor deveria também garantir a proteção desses bens por meio de um seguro.
No entanto, existem muitas barreiras para que isso se torne uma realidade. Uma das principais é a cultura brasileira, que ainda não prioriza o seguro de bens, mesmo em um cenário de alta criminalidade. Por exemplo, surpreendentemente, 70% dos veículos que circulam no país não possuem seguro, de acordo com dados de julho de 2024 da Fenacor.
Embora alguns corretores de seguros acreditem que o seguro auto já esteja saturado, os dados mostram outra realidade, visto que 70% da frota de veículos do país ainda não é segurada, podemos notar o grande potencial que ainda temos em explorar esse mercado. Isso falando de auto, mas quando falamos de demais bens, as oportunidades são ainda maiores.
Seguro ou garantia estendida?
Quando fazemos a compra de bens eletrônicos nos deparamos com a garantia estendida. A garantia é diferente do seguro, uma vez, que a primeira serve para cobrir possíveis defeitos, já o seguro cobre o risco de perda ou roubo de um produto. Ambas têm sido oferecidas na jornada do cliente, ou seja, o cliente compra um produto e já sai da loja (online ou física) com a sua devida garantia estendida ou seguro, por isso é importante clarificar as diferenças.
Geralmente a garantia estendida cobre apenas o que a garantia de fábrica garantiria durante o prazo legal de 90 dias, apenas estendendo seu prazo pelo período contratado. Já o seguro para equipamentos eletrônicos, além de assegurar o produto contra defeitos, também assegura contra furtos e roubos, o que para certos tipos de bens eletrônicos é muito atrativo. Afinal, no Brasil foram registrados uma média de 107 celulares roubados ou furtados por hora em 2023, totalizando 937.294 ocorrências conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Talvez para você corretor de seguros, esteja clara as diferenças entre a garantia e o seguro, mas possivelmente para seu cliente não. O que vem sendo inserido naturalmente em sua jornada de compras, principalmente em e-commerces, são as garantias estendidas, o que pode gerar uma confusão no consumidor.
O seguro na jornada de compra
Observando esse crescente movimento de ampliação da garantia estendida na jornada de compra do cliente, empresas como a 180 seguros, se preparam para oferecer o seguro prestamista na jornada do cliente. Este seguro, pode ser oferecido na jornada de compra de um produto financeiro, por exemplo.
É fato que a integração do seguro de bens diretamente na jornada de compra tem se tornado cada vez mais comum em e-commerces ao redor do mundo. Grandes plataformas de comércio eletrônico, como a Amazon e a Apple, já oferecem esta opção, permitindo que o cliente adicione um seguro para o produto adquirido com apenas um clique.
O impacto dessa prática é facilitar a compra de seguros, e trazer uma percepção natural da necessidade de proteger os bens adquiridos, tornando-a mais acessível e relevante para o consumidor, que muitas vezes não busca ativamente um seguro, mas vê valor em adquiri-lo no momento da compra do bem.
Embedded Insurance: Uma Nova Oportunidade para Corretores de Seguros
O conceito de “embedded insurance” diz respeito à integração do varejo com os serviços de seguros dentro da jornada de compra de um produto.
Digamos que você está em busca de um novo smartphone que atenda suas necessidades profissionais e pessoais. Aos buscar pelas melhores opções em sites confiáveis, você decide comprar um modelo top de linha de uma marca famosa e acaba de deparando com a possibilidade de durante a compra do smartphone, adicionar em seu “carrinho de compras” um seguro para o bem sem haver a necessidade de fazer qualquer pesquisa ou contratação externa. Isto é embedded insurance.
Ao pensar em estímulos inconscientes voltados para vendas, essa prática de integrar a oferta de um seguro no processo de compra de um bem, gera um senso de benefício ou investimento, por conta da proteção do bem, ao invés de um senso de gasto.
Esta prática representa uma grande oportunidade para os corretores de seguros se adaptarem ao novo mercado. Ao colaborar com e-commerces, as corretoras de seguros podem expandir suas operações, alcançando novos públicos e oferecendo serviços de maneira mais eficaz e direta. Aqueles que conseguem estabelecer parcerias estratégicas com plataformas digitais estarão melhor posicionados para se adaptar a essa nova tendência, aproveitando a crescente demanda e, ao mesmo tempo, educar o mercado sobre a importância e os benefícios dos seguros.
Para aproveitar essa tendência, os corretores de seguros precisam estar atualizados sobre as tecnologias e plataformas que estão transformando o setor. Participar de discussões sobre inovação, buscar entender as necessidades dos parceiros de e-commerce e se posicionar como especialistas em seguros personalizados são pontos fundamentais para fortalecer sua presença no mercado de seguros dentro da jornada de compra. Com essa abordagem, o corretor de seguros não apenas se adapta à nova realidade, mas também prospera, transformando desafios em oportunidades de crescimento.
O papel do corretor de seguros neste cenário
À primeira vista, o cenário pode parecer desafiador para o corretor de seguros. No entanto, a popularização dos seguros traz uma oportunidade valiosa: a chance de integrar a proteção financeira ao cotidiano das pessoas, tornando a contratação de seguros uma prática comum e natural. Além disso, você corretor de seguros, pode começar agora a inserir os seguros que comercializa na jornada do seu cliente. Veja só, se você oferece seguro para bens eletrônicos, você pode divulgar uma campanha de seguros para quem acabou de comprar um iPhone por exemplo, e tudo isso é possível através da automatização e segmentação de campanhas no ambiente digital, como o Instagram, por exemplo.
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